Do “desconforto” ao encontro comigo mesma

Uma brevíssima análise da Etnomusicologia à luz das relações étnico-raciais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.71199/bnnv0g87

Palavras-chave:

Relações étnico-raciais; Etnomusicologia africanista; racismo; história da Etnomusicologia.

Resumo

O presente artigo tem como objetivo fazer uma análise de alguns dos episódios inaugurais e posteriores da história da Etnomusicologia, especialmente aquela feita a partir de África ou da diáspora africana, tendo como referência alguns autores que se debruçaram sobre o assunto tanto no Brasil quanto no exterior e, em particular, autores que inseriram tal produção de conhecimento no âmbito das relações étnico-raciais, como o ganês Kofi Agawu ou o zimbabuano Mhoze Chikowero, evidenciando, assim, relações de poder e desequilíbrios cujos efeitos foram, por um lado, mitigar o epistemicídio imposto aos povos afrodescendentes pela branquitude colonial (ou neocolonial) e, por outro, negar à população negra o protagonismo no contexto de suas próprias formas de expressão, impedindo-a de trazer à baila suas narrativas e, portanto, silenciando-a no decurso da história. Sob essa perspectiva, o objetivo é investigar que espaços caberiam ao etnomusicólogo/a negro/a que se vê diante desse desconforto causado pela tendenciosa trajetória da disciplina.

Biografia do Autor

  • Luiza Nascimento Almeida [Lwiza Gannibal], Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

    Lwiza Gannibal é artista e pesquisadora.  Graduou-se em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e se tornou mestre e doutora em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), com uma temporada na Universidade de Manchester, na Inglaterra. Atualmente, é doutoranda em Música na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Já esteve na Rússia, Zimbábue, África do Sul, Moçambique e Tanzânia, fazendo investigações no âmbito da música. Como pesquisadora visitante, integrou o Programa de Música Africana da UCT, Cidade do Cabo, África do Sul. É produtora e diretora de documentários como “Tempo Zawose” (sobre a música wagogo e alguns de seus protagonistas), premiado como melhor filme de longa metragem na V Mostra Adélia Sampaio de Cinema Negro, e “Dzimba dze Mabwe – Casa de Pedra” (sobre a cultura da mbira no Zimbábue), ambos selecionados e apresentados no International Music Documentary Film Festival In-Edit Brasil. Mais recentemente, integrou como diretora musical a equipe do espetáculo infanto-juvenil “Nuang – Caminhos da Liberdade”.

    http://lattes.cnpq.br/2326411059721768

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Publicado

2024-12-29

Edição

Seção

Dossiê Etnomusicologia Negra: Caminhos, Contribuições, Pensamentos e Legado